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NÃO HÁ REFORMA TRIBUTÁRIA QUE RESOLVA PROBLEMAS DA SAÚDE DIANTE DO TETO DE GASTOS



A especialista em orçamento público Grazielle David, a médica da família Júlia Rocha e o economista Armínio Fraga debateram mudanças nos impostos que garantam recursos para saúde e políticas públicas Saúde congelada por 20 anos: teto de gastos é regra perversa que foi aprovada no governo Temer e mantida por Bolsonaro A pandemia do novo coronavírus vai passar, mas seus efeitos serão sentidos por muito tempo. Seja na economia dos países, ou na saúde da população, os efeitos da covid-19 não vão terminar em 31 de dezembro de 2020, quando termina o decreto federal de calamidade pública. O alerta é da especialista em orçamento público e saúde coletiva Grazielle David. Assessora da Rede de Justiça Fiscal da América Latina, e Caribe e uma das autoras da Reforma Tributária Solidária, Grazielle participou nesta quarta-feira (22) da série de debates Você Acha Justo? – com a médica de família e comunidade Júlia Rocha, que atua no SUS em Belo Horizonte, e o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, sócio do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde. A mediação é do jornalista Camilo Vannuchi. “Quando a gente pensa na perspectiva do investimento social, são efeitos sanitários, econômicos e sociais que vão permanecer. Novos gastos que vão gerar problemas na saúde”, ressaltou Grazielle. “Ainda que a gente faça uma reforma tributária maravilhosa, tem o teto de gastos que é absolutamente limitante (inclusive para a saúde), uma regra muito perversa e desproporcional ao que é feito no resto do mundo.” A Emenda Constitucional 95, votada sob o governo de Michel Temer e mantida por Jair Bolsonaro, congelou investimentos com saúde, educação, infraestrutura por 20 anos...